quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Medo de viver






Sim, eu tenho medo de certas coisas nesta vida.   
Estes olhos castanhos já choraram muitas vezes
Esta face já esteve por vezes feliz ou aborrecida
Esta mão esquerda já escreveu alguns poemas
Esta consciência já se macerou por causa de idéias
Sim, tenho fobias e alegrias por  coisas nesta vida
É que sou humano igual a tudo que tem raciocínio
Sou de carne, osso, se afadigo, e procuro prazer
Amo, choro,  um dia perderei aqueles que amo
E sem que eu queira, eles se perderam de mim.

Sim, já sentiu o que chamamos de sofrimento
Também já fui e continuo buscando ser  feliz
Sim, já tive medo do futuro, ate o medo de se ferir
Mas quero descobri  por que tanto existo...
Descobrir do que sou capaz quando amo...
Do que sou capaz ao sonhar ou ao ser criticado
Do que sou capaz quando triste ou feliz...

Sim, tenho um rosto que sabe o que é envelhecimento
Todas as manhas eu o vejo brigando com o espelho
Sou eu ali, do mesmo jeito que era na infância:
Tímido, ciumento, introspectivo, sonhador,
Esperançoso, medroso, pessimista, amador
De personalidade melancólica, mas, cheio de amor.
Por mera ânsia de simplicidade um “devastador”
Devasto a solidão quando mantenho os bons amigos
Devasto o vazio quando levo esperança por dentro...

Sim, tenho medo, “medo de viver”, “medo de morrer”
Medo Diante das mudanças, medo de ser sempre o mesmo
Medo de olhar para dentro do pote e não se agrada
Medo quando reflito sobre a vida, ou quando a deixo solta
Só não tenho de medo de dizer sou muito humano
Tão humano que sou incapaz de deixar a vida passa em vão.